Vendas

Incentivo aquece mercado de veículos em Pelotas

Concessionárias avaliam positivamente impacto do programa do governo federal, que será prorrogado pelo Ministério da Fazenda

Foto: Carlos Queiroz - DP - Concessionárias já avaliam positivamente impacto do programa do governo federal

Em Pelotas, o mercado de vendas de veículos zero quilômetro foi aquecido pelo programa de incentivos do governo federal. A avaliação de concessionárias e sindicatos da área aponta que, mesmo com descontos não tão significativos, a ajuda serviu como um empurrão para compradores que estavam em dúvida. Em meio a este cenário, na quarta (28) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a renovação da iniciativa, sem dar detalhes desta segunda rodada. O desconto, no primeiro momento, vem sendo de R$ 2 mil a R$ 8 mil para veículos de até R$ 120 mil.

O delegado regional do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodiv) e da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrav) e membro da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Realdir Furtado, aponta que, como o governo anunciou previamente o programa, o mercado estagnou por 15 dias. Também sócio de concessionária, ele relata que o estabelecimento tem apenas um veículo incluso no incentivo. "Não foi um ganho tão significativo adicional em volume, mas nos últimos dias vendeu-se muito e continuamos vendendo bem", aponta.

O crédito da primeira fase era de R$ 500 milhões e, segundo dados recentes, R$ 420 milhões destes já foram tomados. Algumas marcas, como a Fiat, refaturaram seu estoque. Segundo Furtado, o valor só é creditado à empresa quando ela emite nota no nome de um cliente. A montadora de origem italiana é disparada a com maior benefício autorizado - R$ 190 milhões. Além disso, as montadoras deram outros descontos, em paralelo ao incentivo do programa, e diminuíram taxas.

O gerente comercial da concessionária Felice/Fiat, Rafael Ignácio, diz que a montadora conta com seis modelos no programa federal e, com isso, conseguiu triplicar a meta de vendas. "Melhor [que um Natal no meio do ano], porque surpreendeu", comenta, dizendo que a entrega de veículos é alta. Segundo ele, o perfil do comprador é variado e os incentivos da fábrica ajudam a diminuir o estoque atual, além da valorização ao receber veículos usados na troca.

Já na Guaibacar, da linha Volkswagen, o crescimento foi bastante interessante e a renovação reforça o aquecimento dos últimos dias, avalia o gerente Luiz Paulo Leal Gonçalves, que aponta incremento de mais de 50% no segmento coberto pelo incentivo. "A grande maioria vem em função do incentivo, de ter um acréscimo na negociação", analisa.

Para Silvino Hellwig, que conversou com a reportagem durante visita a uma concessionária, o momento é propício para a troca já que, além dos incentivos do governo, há outros benefícios ofertados, como aceitar o carro usado no negócio. O agricultor conta que há algum tempo vinha pensando em fazer a troca, mas agora considera o momento ideal.

Mercado daqui para frente
Furtado avalia que desde o início do ano a tabela Fipe dos usados vem caindo em proporção menor à suba que ocorreu nos últimos anos. "Ela tem que cair um pouco, não tem como ficar no mesmo patamar que estava. Se baixa o preço do novo, automaticamente vai ficar muito próxima ao seminovo. E aí é a lei da oferta e da procura", explica.

Há oito anos em Pelotas, Ignácio diz que o mercado varia bastante e, com o benefício, viu uma aceleração que pode se manter. "A gente espera que isso seja um start", projeta. Ele diz que agora há tendência natural de que o valor dos usados caia. "Mas o mercado de seminovo também está aquecido", garante, dizendo que é uma área com alto giro, já que cerca de 70% dos compradores deixam seu antigo veículo na troca. Já Gonçalves diz que a desvalorização do seminovo não é tão rápida quanto o desconto dos modelos novos, o que facilita a troca.

O incentivo
O programa para renovação da frota é custeado por meio de créditos tributários, descontos concedidos pelo governo federal aos fabricantes no pagamento de tributos futuros, no total de R$ 1,5 bilhão. Em troca, a indústria automotiva comprometeu-se a repassar a diferença ao consumidor.

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